terça-feira, 13 de agosto de 2013

A dança



Certa vez eu estava em uma festa e quem me conhece sabe que eu não sou uma boa dançarina (muito longe disso mesmo!). Daí eu estava dançando tranquilamente (substitua por loucamente), então veio aquele momento mágico que eu amo (ironia), O FORRÓ! Sei que todos ao meu redor amam forró, então eu sempre danço com minhas primas ou com amigos que sabem muito bem que eu não danço. Infelizmente já tive várias experiências de dançar forró com caras que dançam muito e não conseguiram dançar comigo, mas naquela noite eu estava tão animada e queria dançar mesmo assim, só que eu sempre danço com minhas figurinhas, ou seja, minhas primas. Lá fui eu procurá-las e a pista estava lotada de gente. Olhei ao redor e foi me dando aquela agonia, procurei minhas primas e nada delas, daí senti alguém segurar minha mão, e quando eu vi, um amigo da minha prima me chamou pra dançar. Eu gelei, gelei demais! Fiquei apavorada, e isso pode parecer tolo ou infantil, mas sou meio assim mesmo. E então eu não tinha como fugir, mas antes eu o avisei várias vezes que não sabia dançar, que era pra ele escolher outra menina, mas o anjo (obvio que é pseudônimo), me segurou para dançar e eu sempre acostumada a não ser levada tão ao lado feminino, tentei conduzi-lo. Não que eu quisesse dar o tom de uma cena de filme, mas acabou parecendo. Ele me parou, olhou nos meus olhos, a música não era um forró daqueles bregas ou daqueles novos sertanejos, era um xote, tão bom e gostoso como todo xote dever ser. Ele olhou pra mim, sorriu e disse “deixa eu te conduzir?”, na hora eu não sei se foram as palavras ou ele mesmo me segurou com força, só sei que eu senti sua mão na minha cintura, e naquela hora eu vi que eu é que estava tentando tomar o lugar dele, e ele gentilmente estava cedendo. Mas ele tomou atitude e me parou. Depois do pedido, eu não tive muito o que falar, apenas cedi como toda boa moça que não sabe como funciona essas coisas. Ele me rodou, ele dançou comigo tão gentil, tão calmo, parecia que eu sabia dançar mesmo! Terminamos de dançar e ele me deu um sorriso e um abraço. Não tem um apelo romântico, e nem eu queria que tivesse. Hoje depois de alguns anos, me lembro disso com uma felicidade tão boa, foi algo tão bom, depois do Anjo, eu não me recordo de dançar com um cara que quisesse e estivesse disposto a me conduzir, porém eu nem ligo, ainda tenho muita coisa pra viver, mas eu tenho uma boa lembrança pra contar.

Você me chamou pra dançar aquele dia
Mas eu nunca sei rodar
Cada vez que eu girava parecia
Que a minha perna sucumbia de agonia
E cada passo que eu dava nessa dança
Ia perdendo a esperança
Você sacou a minha esquizofrenia
E maneirou na condução
Toda vez que eu errava cê dizia
Pra eu me soltar porque você me conduzia
Mesmo sem jeito eu fui topando essa parada
E no final achei tranquilo

Só sei dançar com você
Isso é o que o amor faz

(Tulipa Ruiz