segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Milímetro

Sou a favor do zoom, a favor da aproximação.
Daquelas cenas feitas por dois. Da casualidade, da foto de sorriso espontâneo, daquele fechar de olhos intensos.
Se aproximar pode ser perigoso, se aproximar pode ser letal. Uma dose, pronto! Já era! Aquele som alto, não alto, mas do som que invade o ouvido deixando a gente perceber que o cantor tem folego e tem caídas.
Sou a favor do sorriso de olho fechado, sou a favor do som do sorriso. Esse som que mesmo distante você acaba vendo o sorriso, mesmo de olhos fechados.
E aquela bela respiração? Bem perto do outro, daquela respiração de tristeza, que talvez seja só o que o outro quer ouvir.
Sou a favor das palavras sem nexo, sem sentido, daquilo que poucas pessoas sabem. Um código em conjunto.
Sou a favor do encontro, aquele encontro sem querer, aquilo que tava na vida, sem a gente saber.
Sou a favor do coração acelerar por nada, simplesmente por uma música, por um pensamento. Aquele combo de coração e frio na barriga.
Não posso esquecer do arrepio, o arrepio do toque invisível, do vento imprevisível.
Fazer do sorriso, palavras desordenadas, bagunça de cabelo, confusão de fios.
Aquela estrada sem fim, talvez seja mesmo um belo destino, exatamente como uma noiva a cada passo indo em direção ao altar. Leva consigo uma certeza, em cada passo ela joga fora outros destinos.
Acabei andando, tendo a certeza de que nada é tão certo, e nada é tão duro assim.

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