quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Areia


Ela fechou a porta...

Saiu o mais rápido possível, pegou as chaves do carro, entrou de vez no automóvel, ela sentia que tinha que ir cada vez mais rápido.
Andar naquela orla, embora uma chuva fina ameaçava descer, faria bem. Ela precisava dirigir pro lugar mais longe, a estrada indicava seu desejo. Ela não pestanejou em ir cada vez mais rápido. Sentia o frenesi do contato do pneu na estrada, ela chorava, mas suas lagrimas eram de alivio, algo que fazia tempo que ela não sentia. Dirigiu até aquele lugar deserto que sempre desejava ir quando em seus planos quis um lugar, mas ele não era tão deserto assim, mas ela poderia andar e passar despercebida... Despercebida, era o que ela não tinha sido durante esse tempo, e era tudo que ela queria. Chegou ao lugar, desceu do carro, agora era só ela e o Renato Russo no seu fone, será que realmente não era tempo perdido? Será que valera a pena? Nunca se sabe, ao menos agora lhe restara a sanidade e o auto consolo de que as coisas iriam mudar, essas cobranças de se igualar a maioria já não era mais seu dilema, ela decidiu fechar a porta. E realmente a manha estava cinza, como o próprio Renato cantava. Ela tirou as sandálias, andou na areia, sentiu o vento frio lhe envolver, ela se sentia bem quando entrava em contato com o frio, era como se o arrepiar da pele lhe comprovasse que ela estava viva, "nem foi tempo perdido, somos tão jovens..."
A cidade amanhecia , e ela já estava lá, seus desejos mais profundos foram enterrados na mesma areia, ela riu, valera a pena perder o emprego em troca de sua honestidade, pois quando ela decidiu ser fiel, ela decidiu ser fiel até o fim.

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